De todos os possíveis riscos que podem se acometer sobre uma empresa, poucos ou quiçá nenhum deles se mostra mais intimidador do que os riscos sistêmicos.
Podem ser definidos como os riscos de colapso de sistemas ou mercados inteiros, geralmente derivados da quebra de uma peça individual do sistema que, devido a sua influência dentro deste, acaba acarretando a falência de diversas outras partes e, posteriormente, do todo.
Efeitos dominó que originaram crises mundiais não são raros na história da economia global. A recente crise de 2008-2009 é um exemplo de risco sistêmico que se concretizou, com uma série de empecilhos gerando a falência do tradicional banco Lehman Brothers e na venda extremamente barata dos bancos Bear Stearns e Merrill Lynch, resultando em uma recessão do sistema financeiro a nível internacional.
Antes adeptos da filosofia estritamente liberalista que reinava em solo americano, quase a totalidade dos negócios atingidos pela recessão necessitou de apoio estatal para evitar danos econômicos ainda maiores como consequência da crise.
Algumas grandes multinacionais com ampla participação de mercado (como a AIG) receberam apoio governamental mesmo durante crises distintas, baseando-se na teoria TBTF (Too big to fail) que prega que certas instituições são grandes e valiosas demais ao ponto de que sua falência resultaria em catástrofes econômicas de larga escala.
Esse apoio dado a SIFIs (systemically important financial institutions) pode ser considerado como uma estratégia de gestão de riscos sistêmicos dada pelo próprio estado. Contudo, empresas menos robustas ainda necessitam de um programa de recuperação e gestão eficiente para se desvencilhar de um colapso caso essa categoria de risco se torne realidade.
Estudo intensivo da história do mercado e de como ele se comporta atualmente, bem como a adoção do sempre necessário sistema automatizado de gestão de riscos são algumas alternativas iniciais para tal.
Perecer diante de um colapso sistêmico é um infortúnio, mas sobreviver a um é uma conquista.